conversávamos e a luz entrou no tempo de um café frio. ouvimos a janela no primeiro silêncio.
'como é mesmo o nome do cara que faz todos os barulhos ao mesmo tempo?'
como? 'é, na frente, atrás, por todos os lados.' com os instrumentos, você quer dizer;
'sim, com os instrumentos. é o homem de uma banda só.'
desenhei as palavras nos olhos dela durante algum instante e, quando as entendi, fui até a varanda procurar o fulano, e lá estavam a copa de amendoeira e a feira (as quintas-feiras têm as suas próprias cores) e entre uma e outra lá ia ele frisando o mercado, vestindo amarelo velho e vento.
cantava o dia com as barracas, voava música muito além do corpo. era um forró com a cara à banda e voz, tambores, pombos e escola.
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