fim de feira.
o cara só da banda foi embora e os fiscais já chegam.
uma bola amarela pula na escola sem quadra.
um homem negro de quase cinqüenta anos frita na jaqueta preta de couro.
ele está no meio da rua e parece fingir que fala com alguém
enquanto procura o pau perdido na braguilha aberta.
depois, disfarça uma dança andada até a sombra.
a adolescente carrega uma caixa e uma barriga morena maior que ela.
que a caixa, digo.
ela deixa para trás alguns argumentos roucos de estudantes.
talvez tenham se conhecido algum dia.
papéis, folhetos, reclames, reclamações.
carregadores-gnus, trôpegos de braços e enxertados na função eram muito maiores em seus mundos.a menina leve de blusinha verdeágua desfilava coque, nariz brilhante e sorriso fino.
era uma nascente.
do outro lado da calçada, a mulher rinoceronte fuma.
decido, então, tomar uma cerveja.
talvez esqueça a braguilha aberta.
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