2.7.09

livre como uma feira


ele não imaginava
que tinha o céu
dentro da cabeça.

– não imaginava nada
aliás –

apenas volta e meia apareciam
umas nuvens
com sinceridade de algodão
que eram,
na verdade,
poréns,
contudos,
entre
tantos
outros céus
que o entorpeciam
de azul.

aqui no meio da feira
desbancado por verduras vivas, 
colorido
por toldos
por todos
os lados
e sem perder a mania de descobrimento
de pessoa
que passa além da dor.


era domingo
e ainda flutuava
o cheiro suave
de um sábado molhado.
um domingo de inverno
tão novo,
que deixava a xepa 
pro resto
da semana.

o céu o tinha
dentro da cabeça
e não imaginava mais nada.

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2 comentários:

Patrícia Kalil disse...

:)) ah!

lili disse...

lindo isso...