ele não imaginava
que tinha o céu
dentro da cabeça.
– não imaginava nada
aliás –
apenas volta e meia apareciam
umas nuvens
com sinceridade de algodão
que eram,
na verdade,
poréns,
contudos,
entre
tantos
outros céus
que o entorpeciam
de azul.
aqui no meio da feira
desbancado por verduras vivas,
colorido
por toldos
por todos
os lados
e sem perder a mania de descobrimento
de pessoa
que passa além da dor.
era domingo
e ainda flutuava
o cheiro suave
de um sábado molhado.
um domingo de inverno
tão novo,
que deixava a xepa
pro resto
da semana.
o céu o tinha
dentro da cabeça
e não imaginava mais nada.
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2 comentários:
:)) ah!
lindo isso...
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